Um regime ligado à máquina
As eleições legislativas do passado Domingo consumaram definitivamente a mudança do sistema partidário português que os resultados das eleições legislativas do ano passado já haviam indicado claramente. Na altura, resumi assim o que se tinha passado nas eleições legislativas de 2024:
“Pedro Nuno Santos não foi capaz de convencer o eleitorado e ficou muito abaixo do resultado conseguido por António Costa em 2022. Adicionalmente, a esquerda foi esmagada eleitoralmente e fica-se, no seu conjunto, por um resultado historicamente baixo em Portugal. (…) Nestas eleições, o país mostrou a sua insatisfação com a governação socialista e virou à direita mas essa viragem deu-se, no essencial, através do extraordinário crescimento do Chega. O partido liderado por André Ventura – que apenas conseguiu obter representação parlamentar pela primeira vez em 2019 e cresceu para 7,2% e 12 deputados em 2022 – consegue agora mais de um milhão e cem mil votos e perto de 50 deputados. O Chega não teve só um grande resultado (passou de 7,2% para 18% e quase quadruplicou a dimensão do seu grupo parlamentar) – teve uma grande resultado numas eleições em que a participação aumentou, e muito. 10 de Março foi o dia em que o sistema partidário português mudou. Teremos todos de aprender a viver com essas mudanças.”
Como se antevia – ainda que muitos jurassem publicamente o contrário na expectativa de se poderem colar a uma altamente improvável vitória do PS – Pedro Nuno Santos © Observador
