Esqueçam lá as tarifas
Se existe assunto sobre o qual tenho lido muito ultimamente, é o das tarifas. Nem sempre bem, infelizmente.
Aviso já que não vou perder muito tempo a perorar sobre a aparentemente infantil forma de cálculo das tarifas (feita a pensar para a sua difusão através das redes: ou seja, de muito fácil memorização para o típico eleitorado trumpista) e que, apesar do bias nas análises que leio, me entristece assistir a um país que já ofereceu ao mundo tantos prémios Nobel da Economia enveredar por uma comunicação ao nível de um Maduro depois de conferenciar com o Chávez tornado passarinho (nota: a suposta gralha de tarifar as importações de uma ilha povoada por pinguins foi bem feita: a ilha é um entreposto para esquemas). Vamos ao assunto;
As tarifas que foram impostas – tenho dúvidas que se mantenham, pois, quando os bilionários se queixam, Trump mete a viola no saco – são um bom instrumento económico. Sublinho: económico. Quando usadas apenas para efeitos financeiros – em Portugal já o foram bastantes vezes – são medidas de curto prazo. Ora, os instrumentos económicos estão subjacentes a estratégias de médio/longo prazo. O que Trump fez cai na alçada da táctica, do repentismo. Este tipo de atitudes de quem se julga um suprassumo podem ser boas em Las Vegas ou a construir torres pirosas, mas num mundo globalizado, interligado e interdependente pode ter o efeito exactamente contrário ao pretendido. Estou, pois, em crer que, do lado económico, os resultados serão........
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