Estados Unidos e China caminham para um confronto iminente
Especialistas em política há muito alertam para os perigos representados pelo "dragão chinês" ao monopólio dos Estados Unidos na liderança global. Zbigniew Brzezinski, ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, nunca escondeu sua preocupação com o desenvolvimento acelerado e o avanço alarmante da China. Ele advertiu repetidamente sobre a grave ameaça que a reaproximação sino-russa representa para a continuidade da ordem global, cujas regras foram estabelecidas pelos Estados Unidos e cujos pilares permanecem dominantes desde o colapso da União Soviética, na década de 1990.
Nesse contexto, vale lembrar o escritor francês Alain Peyrefitte, que publicou, na década de 1970, o livro intitulado "Quand la Chine s’éveillera… le monde tremblera" (em tradução livre: "Quando a China Acordar, o Mundo Tremerá"). A ascensão da China, com seus passos calculados, só pode provocar um violento terremoto em todo o sistema ocidental e, de fato, em todo o mundo.
O que impressiona nessa trajetória é a notável paciência e longanimidade que o modelo chinês demonstrou em sua busca por garantir um lugar ao lado dos Estados Unidos na liderança global.
Também chama atenção o fato de que os Estados Unidos, convictos até o ponto da certeza absoluta de que a ascensão chinesa e sua rivalidade pela hegemonia global se tornaram uma realidade inescapável, encontram-se em uma posição nada invejável. O país travou inúmeras guerras e abriu diversas frentes nas últimas três décadas — da invasão do Afeganistão à ocupação do Iraque e, por fim, à guerra russo-ucraniana, que é, essencialmente, uma guerra por procuração envolvendo os interesses estratégicos dos Estados Unidos.
Essas e outras guerras — como a de Gaza ou o conflito por procuração travado contra o Irã — criaram um estado de instabilidade e evidenciaram o fracasso dos Estados Unidos em manter a segurança e a paz globais.
A China tem explorado esse cenário para ampliar os desafios enfrentados pelos Estados Unidos, que demonstram crescente inquietação diante da ameaça chinesa. Isso se intensificou especialmente após a resiliência da Rússia na guerra da Ucrânia — conflito sustentado pelos Estados Unidos e pela Europa, com amplo apoio militar a Kiev, visando derrotar Moscou, reduzir seu papel geopolítico e frustrar sua ambição de retomar espaço na disputa por poder e influência global.
Então, quais são os temas mais relevantes nas relações EUA-China?
Tensões geopolíticas em relação a Taiwan
Nos últimos anos, houve uma escalada sem precedentes nas tensões no Estreito de Taiwan. Desde a eleição do........
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