Vêm aí as eleições, vêm aí as eleições
As entrevistas às televisões dos líderes dos dois maiores partidos deixaram um ponto claro: vêm aí novas eleições. O que não é, necessariamente, mau. Um dos princípios de qualquer democracia devia ser: na dúvida, eleições. E a dúvida existe: não se sabe se os eleitores confiam no primeiro-ministro ou se querem que o Governo da AD continue. As dúvidas legais podem ser respondidas pelos juristas ou pela justiça, as éticas pela consciência e pela avaliação de cada um, mas a dúvida política só poderia ser resolvida de uma forma: com votos.
É óbvio que para a estabilidade das políticas internas e para a imagem externa de Portugal era melhor não haver eleições, mas o momento do país não é particularmente dramático. A situação financeira que Luís Montenegro vendeu em Bruxelas faria a Bordallo Pinheiro recriar um Zé Povinho mais amigável para a Moody’s. O país já foi a votos em situações mais difíceis, da bancarrota à pandemia, passando pelo auge de duas guerras. Donald Trump é imprevisível, Putin feroz e a Europa está em agonia, mas em caso de um eventual armageddon bélico ou num apocalipse financeiro não........
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