À boleia de um guia de 1993
Lá diz o povo que quem não tem cão caça com gato e eu às vezes, não podendo viajar, entretenho-me com um passeio pelas páginas de um livro. Abro o meu guia Fodor’s de 1993 – «honesto, rigoroso e atualizado ao minuto» – e no mesmo instante estou no movimentado centro de Tóquio, sem ter de passar por aeroportos nem por aborrecidas filas para revista da bagagem, para não falar de umas vinte e tal horas metido num lugar apertado de avião.
E que melhor lugar para começar um passeio pela capital japonesa do que Shimbashi, o antigo bairro das gueixas?
Tendo conhecido o seu período áureo em finais do século XIX ou princípios do XX – quando havia umas 80 mil gueixas no país -, «a sua reputação como bairro do prazer é ainda mais antiga», diz o meu guia. «No período Edo, quando havia aqui uma rede canais e vias aquáticas, o cúmulo do luxo era alugar um barco coberto […] para um cruzeiro no rio; um restaurante........
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