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O preço do bronze

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27.05.2025

Chamava-se Rayito de Sol e vinha da Argentina. Minha mãe não perdia a chance de fazer estoque toda vez que encontrávamos o bronzeador em bazares de produtos apreendidos pela Receita Federal. Deixava uma tonalidade belíssima: na formulação, havia urucum, fruto do qual o pigmento era extraído. Embora um pouco da cor se fixasse à pele, parte do bronze acabava no chão do box do banheiro, no biquíni e na toalha de praia.

Eram os anos 1980, e o que todo mundo queria era bronzear. Nada de proteger. Na minha infância, voltar do clube tostada de Sol era o comum (depois, a gente descascava toda, e puxar a pele esturricada era uma diversão). Só na adolescência é que trocamos o Rayito pelos bloqueadores solares. Mas, por muito tempo, minha mãe continuou fiel ao óleo de urucum com cera de........

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