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Jesus no Talmude e o apoio evangélico a Israel: uma contradição religiosa

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Nos últimos anos, assistimos a uma crescente devoção de setores evangélicos brasileiros ao Estado de Israel. Bandeiras israelenses tremulam em cultos e em manifestações bolsonaristas, caravanas lotam voos para Jerusalém e pastores fazem declarações entusiasmadas sobre o “povo escolhido” e o cumprimento de profecias bíblicas.

No entanto, há uma incoerência teológica e histórica gritante nesse alinhamento, que permanece, de certo modo, ignorada: o Judaísmo – religião oficial de Israel – rejeita frontalmente Jesus como Messias e, em alguns de seus textos sagrados, o representa de maneira profundamente negativa. 

Para os cristãos, especialmente os evangélicos, Jesus é o Salvador, o filho de Deus e o cumprimento das promessas do Antigo Testamento. Em contrapartida, em trechos do Talmude – compilação de leis e tradições judaicas – Jesus (conhecido como Yeshu) é acusado de feitiçaria, falso profeta, pervertido e até mesmo de ser fruto de uma relação adúltera entre uma mulher “de conduta duvidosa”, Maria, e o soldado romano Tibério Pandera. Portanto, Jesus não seria o filho de Deus, mas um filho bastardo. 

Em certas passagens (muitas dos quais foram censurados na Idade Média), Jesus é descrito como alguém........

© Revista Fórum