Ser Português não é um direito. É um privilégio
O Governo apresentou recentemente uma proposta de revisão à Lei da Nacionalidade. Ao contrário do que tem sido a regra nas últimas décadas, esta proposta vai, finalmente, no sentido certo: tornar a aquisição da nacionalidade portuguesa mais exigente: elevar de cinco para dez anos o tempo mínimo de residência para a naturalização, acabar com a nacionalidade automática para filhos de imigrantes, exigir domínio da língua, da história e da cultura portuguesas, são medidas há muito necessárias e bem-vindas, porque se se debruçam sobre o tema da imigração com uma abordagem cultural e não meramente economicista.
A revisão da Lei da Nacionalidade surge num momento em que o debate público está centrado num problema que já não pode ser ignorado: a imigração desregulada e o seu impacto na cultura e sociedade.
Durante anos, o debate público sobre imigração foi sequestrado por uma visão religiosamente economicista. “Se não fossem os imigrantes, ninguém entregava a comida”; ou, mais revelador ainda: “quem vai trabalhar os campos e ir ao mar?”
Pois bem:........
© Observador
