Eurípides, Delacroix e a arte de cair
No fresco da Casa dos Dióscuros, apresentam-se-nos, da esquerda para a direita quatro personagens: Tragos, Merméros, Phéres e Medeia. Nesse fresco, Medeia está de pé, no templo de Hera. Ela medita. Parece absorta numa estranha contemplação. As suas pálpebras estão cerradas. Aquilo em que medita ascende no seu interior.
Medeia é o símbolo da paixão insana. Há duas grandes tragédias sobre ela: a grega, de Eurípides, e a romana, de Séneca. A primeira foi representada em Atenas em 431, imediatamente antes da Guerra do Peloponeso. Eurípides não escolheu um episódio da lenda; compô-la de modo que todos os episódios da longa vida de Medeia se precipitassem até à crise final: Jasão era filho do rei de Iolcos, na costa da Tessália. O seu tio Pélias destronara o seu pai e, para que jamais regressasse, enviou Jasão em busca do Velo de Ouro, na Cólquida, nas margens do Mar Negro. Navegou o Argo, Jasão atravessou as Simplégades e chegou à Cólquida, a terra de Eetes.
Assim que Medeia, a filha de Eetes, o viu Jasão a desembarcar, apaixonou-se instantaneamente: “Contempla-o. Os seus olhos fixam o seu rosto. Na sua loucura, não lhe parecem traços de um mortal. Não pode já dele apartar o olhar” (Ovídio, Metamorfoses, VII, 86).
O rei impôs tarefas irrealizáveis a Jasão e, em cada uma delas, Medeia salvou-o da morte. Foi graças a Medeia que Jasão alcançou o Velo de Ouro. Enquanto aparelhava a nave para abandonar o reino, sentido as ameaças o seu irmão, Medeia matou-o. Subiu a bordo; entregou-se a Jasão no “frenesim do desejo”; Jasão prometeu casar com ela.
De regresso à Tessália, Pélias recusa-se a devolver o reino a Jasão, pelo que Medeia convence Pélias a entrar numa........





















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