O reconhecimento da Palestina e o prémio ao Hamas
Em política externa, poucas decisões geram tanto debate como aquelas que tocam no conflito Israelo-palestiniano. O caso do reconhecimento do Estado Palestiniano por Portugal, anunciado para este domingo, dia 21 de setembro, é um exemplo paradigmático pela contradição.
Há menos de dois meses, o Governo português delineou condições rigorosas para o reconhecimento e o bom senso aceitá-lo-ia como uma recompensa pela rejeição da violência e o compromisso com a paz por parte dos Palestinianos que a verificação dessas condições significaria. Hoje, com nenhuma dessas condições cumprida, desde logo o desarmamento do Hamas e a libertação de reféns, o Ministério dos Negócios Estrangeiros avança sem hesitações para o reconhecimento ainda assim. Esta rápida inversão de valores levanta uma questão inevitável: o que mudou entretanto em menos de dois meses? E, acima de tudo, o que isso significa para a credibilidade da diplomacia portuguesa externa e internamente? Será que estão verificados os pressupostos então estabelecidos e ninguém notou?
As condições claras enunciadas no Comunicado de 31 de julho
Tudo começou com um comunicado oficial do Gabinete do........
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