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Pensar em Português: ecos e singularidades da filosofia lusa

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24.11.2025

A filosofia não conhece fronteiras, mas conhece vozes. Cada povo interroga o mundo à sua maneira, com o timbre único da sua língua, com a cadência da sua história, com as feridas e esperanças do seu destino. E Portugal, mesmo discreto nos manuais de filosofia, nunca deixou de perguntar. Perguntar: eis o gesto que nos define.

Pedro Hispano, que a Europa conheceu como Papa João XXI, foi o primeiro clarão. Médico dos corpos e das almas, deixou-nos nas Summulae Logicales a marca de uma razão rigorosa, apta a dialogar com o mais exigente pensamento medieval. Ali se vê já o traço lusitano: pensar com rigor, mas sempre com o olhar voltado para a vida. Séculos depois, em Coimbra, ergueu-se uma escola que, em plena Contra-Reforma, ensinava Aristóteles e Tomás de Aquino, sem medo de harmonizar tradição e novidade. Pedro da Fonseca,........

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