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Europa à deriva: Clima, Guerra, Esquecimento

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17.06.2025

A verdadeira catástrofe do nosso tempo não é o colapso, mas a aceitação muda da sua inevitabilidade. A maior ameaça não está nas crises, mas na nossa resignação. Recusar o automatismo do sistema, re-humanizar a política, re-simbolizar a natureza: esse é o desafio. Pensar diferente não é um luxo intelectual, é um ato de sobrevivência coletiva. Num tempo que parece feito para o esquecimento, lembrar é resistir. Num mundo que anestesia, sentir é revolucionário. E agir. Agir com lucidez e coragem, é o único futuro possível.

Tudo parece estar a acontecer ao mesmo tempo, em todas as direções, e sem sentido. Guerras que julgávamos do passado rebentam às portas da Europa, ondas de calor e secas devastadoras tornam-se rotina, os alimentos encarecem, as democracias vacilam e o discurso político parece andar em círculos. O mais inquietante, é assistir à normalização do colapso. O silêncio coletivo diante de transformações que se deviam denunciar em todas as praças públicas.

Este não é apenas um tempo de crise. É um tempo de colapso civilizacional silencioso, em que as estruturas: ecológicas, políticas, económicas e éticas que sustentaram o projeto europeu estão a ser corroídas de dentro para fora. E, como num edifício minado pela ferrugem, a fragilidade só se torna visível quando a queda já começou.

A crise é mais do que........

© Observador