“Braga precisa de uma visão”
Mais do que alimentar contendas entre candidatos, as mudanças de ciclo autárquico devem ser uma oportunidade para identificar os problemas, para pensar o município e para encontrar as soluções que nos permitirão viver melhor no futuro.
Braga cresceu muito nos últimos cinquenta anos, tendo-se transformado na terceira cidade do país. Este crescimento teve várias fases. A primeira, impulsionada pela democratização do país e o fim da ocupação dos territórios ultramarinos; a segunda, impulsionada pelo crescimento da Universidade do Minho, atração de indústria e pelas políticas de expansão urbana dos anos oitenta e noventa do século passado; e a terceira, já no século XXI, impulsionada pela expansão do setor dos serviços e pelas migrações (de outras regiões do país e de outros países).
Na última década, tudo mudou. Braga cresceu em pessoas e em diversidade com impactos muito positivos na vivência e na economia da cidade. Mas este crescimento não foi antecipado, planeado, preparado e acompanhado da forma mais correta. Os sintomas são evidentes.
Braga é hoje uma cidade em muito mau estado. Quem circula no espaço público, a pé, de transportes públicos, de bicicleta ou de automóvel sabe que as placas que anunciam “pavimento em mau estado” não são mais do que um eufemismo sobre a realidade a que cidade chegou. O espaço público está profundamente poluído, sem cuidado nem manutenção: são anúncios publicitários em todos os horizontes; são carros nos passeios e passadeiras que impedem a circulação confortável e segura de peões em toda a parte; são contentores de lixo colocados com desmazelo e sem qualquer critério........
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