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O Ataque Ilegal ao Irã

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Publicado originalmente por Globetrotter e No Cold War em 13 de junho de 2025

Os ataques consistentes de Israel ao Irã desde 2023 têm sido ilegais, violando a Carta das Nações Unidas (1945). O Irã é um Estado-membro da ONU e, portanto, um país soberano na ordem internacional. Se Israel tivesse um problema com o Irã, existem mecanismos previstos pelo direito internacional que permitem a Israel apresentar queixas contra o país.

Até agora, Israel evitou esses fóruns internacionais porque é evidente que não tem um caso contra o Irã. As acusações de que o Irã estaria desenvolvendo uma arma nuclear, frequentemente levantadas pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel, foram totalmente investigadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e consideradas infundadas. É verdade que o Irã possui um programa de energia nuclear dentro das regras estabelecidas pela AIEA, e também é verdade que o establishment clerical iraniano emitiu uma fatwa (decreto religioso) contra a produção de armas nucleares. Apesar das conclusões da AIEA e da existência dessa fatwa, o Ocidente – incentivado por Israel – aceitou a ideia irracional de que o Irã está construindo uma arma nuclear e, portanto, representa uma ameaça à ordem internacional. Na realidade, com seus ataques pontuais e ilegais ao Irã, é Israel que ameaça a ordem internacional.

Nas últimas décadas, o Irã defendeu a criação de uma Zona Livre de Armas Nucleares no Oriente Médio, uma proposta estranha vinda de um país acusado de querer desenvolver uma arma nuclear. Mas essa ideia foi rejeitada pelo Ocidente, em grande parte para proteger Israel, que possui um programa ilegal de armas nucleares. Israel é o único país do Oriente Médio com uma arma nuclear, embora nunca a tenha testado abertamente nem reconhecido a sua existência. Se Israel estivesse realmente interessado em eliminar qualquer ameaça nuclear, deveria ter apoiado entusiasticamente a proposta de uma zona livre de armas nucleares.

Nem os europeus – que frequentemente se posicionam como defensores do direito........

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