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“Avatar: Fogo e Cinzas” | O filme que pode salvar as salas de cinema ou confirmar que o blockbuster morreu de sucesso?

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17.12.2025

Isto não é uma crítica de cinema. Ou, pelo menos, não é só uma crítica. É antes uma tentativa de perceber se Avatar: Fogo e Cinzas, o novo filme da saga de James Cameron, que estreia esta quinta-feira, 17 de dezembro, é a bóia de salvação das salas de cinema ou apenas o elegante epitáfio da era dos blockbusters inaugurada há cinquenta anos com Tubarão. Uma coisa é certa: goste-se muito, pouco ou nada do terceiro filme da saga Avatar, James Cameron continua a ser o único realizador vivo capaz de levantar esta pergunta com seriedade e, sobretudo, com orçamento para o fazer.

Cameron regressa assim a Pandora para nos lembrar que o cinema precisa cada vez mais de salas… e de fogo. Fogo metafórico, entenda-se. Porque do literal trata ele neste filme com vulcões, lava digital, batalhas, lutas ferozes e os Na’vi em modo destruição total. Contudo, quando Pandora começa a perder a fé, o que Cameron parece filmar, no fundo, é o fim de uma era do cinema, talvez a sua própria era.

Em Avatar: Fogo e Cinzas, James Cameron continua a fazer aquilo que sempre fez: construir mundos inteiros para provar que o cinema ainda não morreu. Apenas foi raptado. Pelos algoritmos que fazem as nossas escolhas, pelas séries de televisão intermináveis com várias temporadas, pelo espectador cansado que já não quer levantar o traseiro do sofá, pagar estacionamento, suportar o preço das pipocas inflacionadas e gastar três horas da sua vida por algo que “eventualmente há-de chegar um dia destes à plataforma de streaming”.

Este terceiro Avatar: Fogo e Cinzas não é apenas mais um capítulo da saga mais lucrativa da história do cinema. É um manifesto tardio. Um grito em IMAX. Um........

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