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“Dosimetria” ruma para gaveta e Bolsonaro deve mesmo ir para cadeia

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Num Congresso Nacional marcado cada vez mais por divisões profundas e um clima de desconfiança generalizada, o Projeto de Lei da “dosimetria”, que busca reduzir penas para condenados por crimes contra a democracia, incluindo os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), parece sentenciado a um destino inglório: a gaveta das pautas abandonadas. Apesar dos esforços do relator, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), para costurar apoios entre as bancadas, as negociações revelam um cenário de fragilidade política que só reforça a inevitabilidade de que Bolsonaro e seus aliados enfrentem o peso da Justiça, sem atalhos legislativos para a impunidade. As informações extras que circulam nos bastidores, somadas às movimentações recentes no plenário, pintam um quadro de fracasso iminente, impulsionado por rejeição popular, erros estratégicos e tensões institucionais que tornam qualquer concessão ao bolsonarismo um risco eleitoral inaceitável em ano pré-eleições.

O otimismo inicial de Paulinho, que nesta semana ouviu oito das 11 principais bancadas e colheu declarações de apoio de siglas que somam 201 deputados, como Republicanos, União Brasil, PP e Podemos, esbarra em obstáculos que vão além dos números frios do plenário. A proposta, que não exige quórum qualificado e poderia avançar com maioria simples, ainda não tem nem texto finalizado, o que serve de escudo para indecisos como o MDB justificarem sua posição em cima do muro. Outras bancadas, algumas que devem ser contrários, por óbvio, mas que ainda não se pronunciaram oficialmente, como PCdoB, PSD, PSB e PDT, agendam reuniões para a próxima terça-feira (30), mas o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já sinalizou na última quinta (25) a necessidade de "um pouco mais de tempo" para avaliar a pauta, adiando qualquer hipótese de votação iminente. Essa prorrogação, no entanto, não é mero........

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