Toda vida humana importa
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Na semana em que vídeos de reféns israelenses chocaram o mundo — mostrando corpos emaciados, vozes enfraquecidas e uma humanidade reduzida à beira da morte —, vários países anunciaram que reconhecerão formalmente o Estado da Palestina em setembro. A sobreposição dessas notícias revela um paradoxo doloroso e, ao mesmo tempo, expõe uma escolha ética inevitável: a de não mais aceitar a desumanização como arma de guerra.
O vídeo de Evyatar David, capturado pelo Hamas no ataque de 7 de outubro, é de uma crueldade insuportável. Forçado a cavar o que diz ser sua própria cova, ele aparece visivelmente faminto, desorientado, fragilizado. Ninguém deveria viver assim. Sua família descreveu com precisão: “um esqueleto vivo enterrado com vida”. É impossível assistir a esse vídeo sem sentir o peso da barbárie e sem perder, pelo menos um pouco, a nossa fé na humanidade. A imagem de David sintetiza o horror absoluto da guerra, onde corpos são reduzidos a instrumentos políticos e onde a dor humana vira........
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