Centros Clínicos Universitários: a evolução
Nos últimos dois anos, o modelo das Unidades Locais de Saúde (ULS) demonstrou como a proximidade assistencial e a cooperação entre os cuidados primários e hospitalares podem elevar a qualidade dos serviços de saúde. Ainda assim, e sem prejuízo das virtudes da reforma em curso, foi-se tornando evidente que as ULS de cariz universitário exigiam ajustes para cumprir plenamente a sua tripla missão: prestação de cuidados diferenciados, ensino e investigação.
Na verdade, o impulso para redefinir a estratégia e o modelo dos grandes hospitais universitários não surgiu apenas da recente reforma. Há muitos anos que o sector reconhecia um enorme potencial inexplorado na sinergia entre assistência, ensino e inovação científica, capaz de trazer benefícios tangíveis para os profissionais, para os utentes e para o Sistema de Saúde como um todo.
Perante os crescentes desafios que se colocam ao SNS, consolidou-se a perceção de que esta transformação poderia gerar ganhos para todos. É nesse contexto que emerge a oportunidade de um salto qualitativo na organização e no funcionamento das ULS Universitárias, convertendo-as em Centros Clínicos Universitários (CCU).
A transição para este novo patamar reconhece a singularidade destas unidades, cujas equipas acumulam responsabilidades de elevada diferenciação clínica e forte capacidade de produção de conhecimento. A colaboração estreita com as universidades e os centros de investigação cria um ecossistema onde as descobertas biomédicas são rapidamente transpostas para a prática clínica, viabilizando diagnósticos mais precoces, tratamentos inovadores e ganhos contínuos nos resultados em saúde.
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