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L’ Espoir

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17.03.2025

Muitas das notícias que nos chegam diariamente facilmente nos conduziriam à desesperança: do planeta, com as crescentes alterações climáticas e as suas nefastas consequências; da geopolítica global, com cenários preocupantes de reordenamentos baseados na força bruta; da Europa, ainda à procura de rumo, de identidade e de voz; e do próprio país, em sucessivas crises, tropeçando nos seus próprios pés. Não são tempos fáceis, a ponto de, muitas vezes, ser difícil distinguir entre optimismo e ingenuidade.

De educação cristã, recebemos uma certa visão escatológica da esperança, que conforta e inspira, mas que pode igualmente servir de esteio a alguma indolência resignada. De várias correntes do pensamento ocidental, as ideias de crescimento e progresso contínuos foram- se enraizando no nosso modo de estar e, talvez, até no nosso ser. Em contraponto — ou em complemento — a paz de espírito, a mansidão e a paciência são valores claramente cristãos, mas também fortemente presentes em culturas orientais. No mundo em que vivemos, na instabilidade que vamos sofrendo, com conflitos armados que já atingem as fronteiras da Europa, como conciliar estes valores — fundacionais da nossa civilização — com a resiliência, a inquietação criativa e o estabelecimento de pontes voltadas para um futuro de maior bem-estar e felicidade? Como, então, pensar a esperança?

Nesta........

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