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Europa Emancipada

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15.03.2025

A eleição de Donald Trump, a aproximação dos Estados Unidos à Rússia de Putin e o seu consequente afastamento dos históricos aliados ocidentais e da NATO, embalada por uma viragem inqualificável na posição norte-americana face à invasão da Ucrânia pelos russos, representa um perigo para o equilíbrio de forças no tabuleiro geopolítico, mas, simultaneamente, uma oportunidade para o tardio e urgente reerguer da União Europeia enquanto ator na arena internacional

Se a eleição de Trump e Vance, por si só, não representaria à partida um perigo evidente para a relação entre o bloco oeste e este do oceano atlântico, a sequência incessante e repentina de posições públicas, acontecimentos e ações contrárias aos interesses da aliança, veio pôr em causa a estabilidade da relação e provocar o receio dos europeus face à segurança e apoio militar que os americanos historicamente garantiram e aparentam não mais querer assegurar.

Se, no passado recente, os Estados Unidos olhavam para a invasão da Ucrânia como uma ameaça ao mundo ocidental, à Europa e à NATO, a leitura que se faz atualmente das palavras e ações dos seus líderes é que, não só a invasão não deve ter essa leitura, como, o que choca ainda mais, a Europa pouco importa, a NATO de nada serve e o mundo ocidental é conversa de outros tempos.

A crescente aproximação das posições americanas e russas e o crescente afastamento entre os primeiros e a Ucrânia teve o seu ponto mais baixo no passado dia 28 de fevereiro, com as cenas vergonhosas de humilhação a que Zelensky foi votado dentro da Casa Branca, numa........

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