Análise Económica da Imigração para pessoas com pressa
Há duas maneiras de discutir imigração. A primeira ocupa um vídeo do Instagram ou Tiktok: slogans, receios, promessas e/ou ameaças. A segunda exige um caderno, lápis e tempo: consiste em aplicar a ciência económica e medir impactos no trabalho, na produtividade, nas contas públicas, na habitação, na escola e na coesão social. Independentemente do resultado a que se chegue, e reconhecendo que dá um pouco mais de trabalho, mesmo numa época de “imediatismos” parece óbvio que ganhamos muito mais em seguir a segunda via.
Simplifiquemos ao máximo para melhor definir o problema: o ponto de partida é simples; a imigração é um choque de oferta (de pessoas) que incide sobre mercados com diferente elasticidade (a medida de sensibilidade de uma variável quando outra muda) — trabalho, habitação e serviços públicos, à cabeça. No curtíssimo prazo, quase tudo é local: onde chegam as pessoas, onde existem casas, onde há vagas, etc. No médio e longo prazo, o que conta é a capacidade institucional para transformar chegada em integração produtiva. Se fizermos bem, o saldo líquido tende a ser positivo; se........
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