Para quando um Futuro para o Património Cultural?
Tenho dado bom uso aos 52 dias por ano de acesso gratuito aos Museus, Monumentos e Palácios nacionais. O cenário que tenho encontrado não me tem propriamente surpreendido: um Património Cultural fantasma, esquecido, com pouca estratégia e apresentado sem qualquer rasgo de ousadia.
Destaco algumas evidências: da sinalética improvisada e rudimentar à ausência de suportes que ajudem a guiar a visita, do staff que não se encontra identificado nem preparado para interagir com o público à total ausência de elementos que ajudem a tornar a experiência da visita mais imersiva. Da falta de mediação cultural até às más condições sanitárias disponibilizadas aos visitantes. Da fraca presença nos meios digitais aos horários rígidos que impedem que qualquer um possa equacionar uma prazerosa ida ao Museu no fim de um dia de trabalho. E o silêncio… O silêncio sepulcral dos espaços grita mais que qualquer outra coisa. Porque é um silêncio que se impõe profundamente e que não dá espaço para uma experiência alegre e vivida. Como é que não há espaço para a música durante uma visita a um Museu ou a um Palácio? Porque não trabalhar todos os sentidos? Dei por mim........
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