Uma nação muito baralhada
A nossa economia diverge há duas décadas das economias que crescem na Europa. O caos migratório sujeitou-nos, em meia dúzia de anos, a uma das mais bruscas e profundas revoluções sociais da nossa história. Não é para admirar que o 10 de Junho deste ano nos tivesse apanhado tão confusos sobre o nosso passado como sobre o nosso futuro.
A confusão sobre o passado manifestou-se em Belém, no protesto (ou provocação?) de um pequeno número de indivíduos contra a participação do imã da mesquita central de Lisboa na homenagem aos combatentes do Ultramar. Não sei se quem protestou viu no imã uma rendição à moda woke. Se viu, viu mal. As comunidades muçulmanas da Guiné e de Moçambique mantiveram-se, na década de 1960, geralmente fiéis a Portugal. Muitos dos soldados portugueses homenageados em Belém são africanos e muçulmanos. A tradicional participação do imã nas homenagens reconhece aqueles que, de crença........
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