A culpa não é do La Féria, mas podia ser
O país já ardia há quase três semanas quando André Ventura decidiu publicar uma fotografia numa pose à Paul Newman, segurando o pulso direito com a mão esquerda. Informal, de polo cor salmão, sorria e apresentava um bronze invejável de quem gozava umas merecidas férias. Durante vários dias, em particular entre 8 e 14 de agosto, mal se viu ou ouviu, com exceção para um ou outro vídeo gravado a partir do Algarve. Comecemos por aí: o líder do Chega teve um desgaste permanente durante o ano, praticamente 24/7, pelo que tem todo o direito a tirar uns dias.
André Ventura não é primeiro-ministro, pelo que também não pode ser responsabilizado pelas falhas operacionais e políticas. Enquanto líder da oposição até podia considerar que era importante estar junto das populações. Mas o país ardeu durante três semanas — em momentos de maior e menor intensidade das ocorrências — e o líder do Chega não considerou prioritário ajudar a alimentar os bombeiros ou a ir visitar zonas afetadas. Preferiu as férias. E repito: está no seu direito.
O problema é a vontade súbita de o líder do Chega estar junto dos populares só ter chegado com a oportunidade. Ou melhor, com o oportunismo. A imagem de Luís Montenegro na Festa do Pontal em Quarteira enquanto populares apagavam em sofrimento incêndios, levou André Ventura a terminar as suas férias ao mesmo tempo do primeiro-ministro (só aí) e ir para........
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