Discurso de ódio nas redes rociais e impunidade generalizada
Recentemente, um militante fascista enviou-me a ameaça de que eu tinha sido adicionado a uma “lista” a ser “tratada” quando a extrema-direita tomar o poder, presumindo eu, consequentemente, que através de um governo liderado pelo “Chega”, e segundo este anónimo: “todos estes nomes estão a ser apontados e serão lembrados quando vencermos”.
Reportei à moderação do X/Twitter como sempre faço quando estas ameaças têm lugar. Como de todas as outras vezes (sem excepção), a resposta da rede social foi que não tinha encontrado nenhuma razão para remover esta mensagem ou perfil e isto apesar de na sua política de moderação de conteúdos alegar que não são permitidas: “Ameaças de violência contra uma pessoa ou um grupo de pessoas”, “Celebração ou glorificação da violência”, “Assédio de uma pessoa ou incentivo às pessoas a assediar alguém” e “Desejo de que alguém sofra”.
A resposta não me surpreendeu dado que o X/Twitter é simultaneamente a rede com maior alcance (comparo com o alcance em comentários e likes no facebook e bluesky: não uso TikTok) mas também aquela que mais alimenta e permite o discurso do ódio e a multiplicação de ameaças de violência física. Esta ameaça em particular, é vaga e embora seja “apenas” violenta nas entrelinhas deixa bem claro o clima de impunidade e ilegalidade que se vive na rede social do multimilionário e antigo “BFF” (“Best Friends Forever”) de Donald Trump. Pessoalmente, admito que tenho dúvidas de que a ferramenta jurídica da “difamação” deva existir: com efeito, faço parte do lote de pessoas que já foi ameaçada por corruptos e indivíduos sob investigações criminais e sou uma das pessoas que receberam cartas de advogados em casa (que........
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