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Ensaio sobre a Cegueira

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03.05.2025

O incidente de 28 de abril de 2025, independentemente das suas causas, expôs de forma clara – mais uma vez — as fragilidades nacionais no domínio da proteção civil (PROCIV).

Com o país praticamente parado, ficou claro que as infraestruturas críticas como a rede de combustíveis, comunicações, rede de cuidados de saúde e de abastecimento alimentar, tinham apenas algumas horas de autonomia! Faltou também comunicação oficial atempada, objetiva e tranquilizadora. Uma sociedade que se diz resiliente não reage a um colapso desta forma. Prepara-se, conhece os seus riscos e treina as suas respostas.

A proteção civil não pode continuar a ser uma eterna promessa adiada das políticas publicas nacionais. Com a intensificação dos fenómenos extremos naturais, das ameaças híbridas e das fragilidades infraestruturais, é urgente assumir politicamente o que há muito se impõe: uma mudança estrutural na forma como o estado central, e os municípios, planeiam, previnem e respondem às situações de risco. Não se trata apenas de reagir, mas de preparar, investir e liderar.

A PROCIV começa muito antes da reação à emergência. A resposta cabe aos agentes de proteção civil, da emergência às forças e serviços de segurança, mas o planeamento e a mitigação são funções da esfera política........

© Observador