Diferenças salariais: o tempo das desculpas acabou
Ainda há quem ache que as desigualdades salariais entre homens e mulheres são uma ficção estatística. No entanto, desde 2018 que temos legislação clara e ferramentas concretas para medir essa desigualdade. E desde 2021 que as empresas com 50 ou mais trabalhadores estão legalmente obrigadas a refletir sobre o que pagam e a quem. A ACT está agora a exigir, com mais firmeza, que cumpram essa obrigação — e é bom que o faça. Porque o tempo das desculpas acabou.
O plano de avaliação das diferenças remuneratórias, que as empresas devem apresentar quando detetada uma diferença de 5% ou mais entre salários de homens e mulheres em funções iguais ou de valor equivalente, é frequentemente visto como uma imposição burocrática. Um risco jurídico a evitar. Mas esta é uma visão curta — e perigosa.
A remuneração desigual é muitas vezes estrutural, mascarada por critérios “neutros” mas enviesados:........
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