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A dificuldade que a sociedade — e os jornalistas em particular — tem para aceder a informação sobre rendimentos ou património de figuras públicas ou políticas é mais uma prova da burocracia portuguesa. Em 2019 foi criada a Entidade para a Transparência (EpT), um organismo que “tem como atribuição a apreciação e fiscalização da declaração única de rendimentos, património e interesses dos titulares de cargos políticos”.
O Estado criou uma entidade para apreciar e fiscalizar uma informação que o próprio Estado tem, em mais uma camada de entropia bem à portuguesa, passando o ónus de dar os dados aos titulares de cargos públicos, levando a situações em que acontecem “esquecimentos” ou “incorreções” de boa ou má fé.
Os custos para o contribuinte português da Entidade para a Transparência estão orçamentados em um milhão e meio de Euros por ano desde 2022, mesmo que a plataforma só esteja operacional desde o verão de 2024. Em fevereiro de 2023 tomaram posse um presidente e dois vogais, em adição a quadros de pessoal ainda incertos, uma vez que esta entidade está ligada ao........
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