«Vão-se “lixar”, não fazemos o que vocês nos mandam!»
Estamos carecas de saber que as artes estão, em grande medida, carregadas de política. Não precisamos de ir ouvir Zeca Afonso, ou Sérgio Godinho e as suas obras de intervenção para sermos confrontados com slogans políticos e provocações sociais mais ou menos evidentes. Até o mais tímido dos autores imprime na sua escrita, na sua música, nos seus quadros ou nas suas esculturas um mínimo fragmento de crítica social ou política. Shakespeare fê-lo, Bach fê-lo, Michelangelo fê-lo; Dante, Camões, Goya, Picasso, Bruce Springsteen ou Quim Barreiros também.
Podemos ouvir frequentemente uma ou outra pessoa que defenda que a arte não deve misturar política, e ser neutra. Ouvimos isso frequentemente de algumas pessoas que não concordam com as posições políticas de Ricardo Araújo Pereira, por exemplo, e a forma como este as imprime na sua arte, o humor. Dizem, não ser imparcial, como se estivessem a avaliar um ofício deontológico como a medicina ou o jornalismo, esquecendo-se de que as artes não se encontram limitadas por nenhum género de deontologia, são isso mesmo, artes. Podemos concordar ou discordar dos pontos de vista políticos ali expressos, e devemos fazê-lo, mas exigir que as artes apenas expressem os nossos pontos de vista seria uma posição totalitária, e exigir que a arte fosse neutra de crítica, seria matar o próprio conceito de arte, de algo que tem o poder de criar impacto, e não indiferença. Porque a indiferença não enche exposições, não enche cinemas, nem vende livros, mas sobretudo, não dá safanões, não gera ideias nem move multidões.
George Orwell, no seu famoso ensaio “Why I........





















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