Que nome dar a esta geração?
Dois rapazolas de ar de tontos resolveram fazer um vídeo para pôr nas redes sociais. Então um dos tontos, rindo muito alto e alarvemente, contava ao outro tonto, que também ria muito com cara de parvo, como numa rua da Amadora, ao cair de uma noite chuvosa, atropelara uma pessoa que atravessava a passadeira e se pisgara do local sem prestar auxílio à vítima. Dizia a rir com estridência e com gestos frenéticos o primeiro tonto que, quando sentiu a pancada no carro, olhou por cima do ombro e viu uma velha de guarda-chuva aberto a ser projectada de pernas para o ar, não esteve com meias medidas e, ‘ala, raspa-te!’
Foi assim, desta maneira cretina, que dois sujeitos despidos de sentimentos humanos, destituídos de um módico de vergonha, sem nadinha de nada nas tontas cabeças, se prestaram a esta lamentável história que nos devia envergonhar a todos enquanto sociedade, por este tipo de gente que estamos a pôr no mundo. Afinal e contas, a vítima não era velha nenhuma, mas uma jovem, mãe de dois filhos ainda crianças, que teve de ser hospitalizada e submetida a cirurgia a um braço, estando há mais de um ano de baixa por não poder trabalhar e, por via disso, a passar por grandes dificuldades económicas.
Este caso de um tonto que, como se de um feito especial se tratasse, se ri e gaba de ter atropelado numa passadeira uma jovem mãe e posto cobardemente em fuga, já se passou há algum tempo, mas lembrei-me dele agora ao saber de um outro caso, entre vários, não menos invulgar e que a justiça não deixou ficar impune, de uma estudante universitária que foi condenada a sete anos e nove meses de prisão efectiva por ter perseguido uma colega na internet, durante mais de dois anos, em sites de prostituição, dizendo dela o que de piorio se possa imaginar, transformando-lhe a vida num inferno e chegando ao ponto de entre as práticas de tortura psicológica (imagine-se o refinamento da torpeza) incluir a simulação da morte da vítima.
Um outro caso deplorável é o do jovem actor Carloto Cotta, que o Ministério Público acusa de vários........
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