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Repor a verdade

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03.06.2025

Em representação da coordenação das comissões diocesanas de proteção de menores e adultos vulneráveis, tenho participado nas chamadas “comissões de instrução” dos processos de atribuição de compensações financeiras a vítimas de abusos sexuais praticados no âmbito da Igreja Católica. Ao ler uma boa parte das notícias relativas à forma como tem decorrido este processo, vejo-me na necessidade de repor a verdade a esse respeito. Faço-o como base no meu conhecimento direto de um número de casos não despiciendo e também no conhecimento indireto de outros casos analisados por essas comissões.

Referem essas notícias que “as vítimas” estão muito descontentes com esse processo, que acusam de ser burocrático, de refletir insensibilidade e falta de empatia e de contribuir para a sua revitimização. Acontece que “as vítimas” são apenas as poucas (sempre as mesmas) que têm acesso sistemático à comunicação social. A opinião dessas pessoas merece todo o meu respeito, mas elas não podem falar por todas as outras que não partilham dessa opinião e que não acedem à comunicação social, porque naturalmente procuram preservar ao máximo a sua privacidade. Tenho que dizer que essa é uma versão profundamente distorcida da realidade, uma visão que desincentiva a elaboração de pedidos de várias formas de apoio (e a compensação financeira não é o único) por parte de outras vítimas que, por motivos compreensíveis, ainda não adquiriram a coragem de os formular.

A propósito, também não favorece as vítimas a proposta, que continua a ser........

© Observador