menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

A bolha globalista de Lídia e Marcelo

10 4
16.06.2025

Aqueles portugueses que não vivem atualmente nos EUA há três anos nem viveram antes seis anos na Inglaterra como nós elogiaram os discursos de 10 de Junho da escritora Lídia Jorge e do presidente Marcelo Rebelo de Sousa como “originais” e “corajosos.”

Ficaram estasiados e comovidos. Não percebem ou fazem-se desentendidos que esses discursos são tudo menos originais e ainda menos corajosos. São uma mera tradução adaptada e anacrónica dos discursos anglo-saxónicos woke a que vimos assistindo há quase 10 anos fora de Portugal. Neste artigo explicamos que tais discursos emanam não dos portugueses, da diáspora, dos PALOPs ou sequer dos imigrantes residentes em Portugal, mas de personagens da esquerda americana globalista como Bass ou Rogers, sem absolutamente nada a ver com Portugal.

Ainda um dia antes do 10 de Junho tínhamos ouvido a presidente da câmara de Los Angeles, a esquerdista radical Karen Bass, fazer um discurso idêntico em muito aos de Jorge e Marcelo, durante os protestos e motins nessa cidade. Afirmou que não há realmente americanos e os “sem papeis” (ilegais) são iguais aos cidadãos cumpridores. Como globalista “exemplar”, Bass no início do ano tinha ido para o Gana celebrar africanos com dinheiros públicos americanos, em vez de, sabendo do risco (ventos e calor enormes), trabalhar para prevenir os fogos que destruíram grande parte da sua cidade.

Na prática, os cidadãos e imigrantes legais são quem menos interessa aos globalistas. Ficam sempre em último na prioridade da bolha da esquerda global woke toda igual e desligada dos anseios e preocupações das populações nativas. Nos discursos há muito que Bass profere exactamente os mesmos chavões de auto negação da identidade cultural própria construída pelos antepassados e a expiação do alegado pecado de ser ocidental que Marcelo e Lídia agora usaram em abundância (adaptando ligeiramente, por exemplo substituindo Shakespeare ou Jefferson por Camões).

Significativamente, na zona de Boston onde vivemos, um wokista globalista que usa o pseudónimo Ibram X Kendi (verdadeiro nome Henry Rogers) que os woke portugueses admiram (e no fundo traduziram no 10 de Junho), foi despedido pela Boston University este ano. Isto depois de um inquérito feito sobre como Kendi esbanjou 45 milhões de euros académicos, num par de anos, anos sem se saber bem para quê.

Antes disso, quando o wokismo estava mais na moda nos EUA, há dois anos, o livro “stamped” deste fraco escritor e suposto investigador que insultava os portugueses, estava por todo o lado. Acusava os portugueses de terem inventando o racismo e esclavagismo por causa do que o cronista dos descobrimentos, Gomes Eanes de Zurara, escreveu há cerca de 500 anos (como se isso infelizmente não existisse desde o princípio da humanidade). Wokistas como Rogers acusam os emigrantes portugueses na américa de serem “privilegiados europeus.” Isto apesar de muitos em zonas como Fall River ou New Bedford serem humildes e a emigração lusitana para aqui ter passado por muito sofrimento e dor, incluindo pescadores da baleia e de bacalhau ao largo de Cape Cod. Chegou-se à loucura, no apogeu do wokismo, do livro de Kendi contra os portugueses ser lecionado em escolas primárias da área de Boston, incluindo a dos nossos filhos. Estes foram insultados como racistas por outros miúdos americanos com menos de 10 anos só por serem de ascendência portuguesa e nascidos em Portugal. De........

© Observador