À vista de todos
E pronto, com a reacção à rusga no Bemformoso, ficou à vista, finalmente, a matéria disforme daqueles que durante demasiado tempo levaram Portugal ao estado em que se encontra. O exercício, por mais voltas e argumentos que déssemos, estava complicado. Se a iliteracia financeira amiga destes desconformes impediu que se percebesse 2011, ou o gosto pela ilusão permitiu o socialismo 3.0 da geringonça (o 1.0 do lírico da ONU e o 2.0 do a contas com a justiça não foi suficiente), já a questão da imigração convoca-nos para questões básicas da natureza humana onde enfiar o barrete ao próximo tem poucas pernas para andar. Acontece que este assunto, pela sua natureza, é indivisível por clientelas permissivas a perversas políticas do amendoim e demais ludíbrios. Por ficarmos todos sujeitos às mesmas vantagens e desvantagens do fenómeno migratório, fica impossível para o habilidoso atirar hoje um amendoim para este e amanhã um amendoim para aquele. Por conseguinte, doravante, de cada vez que algum desconforme quiser ludibriar sobre questões relativas à imigração é certo que perde por conta das barbaridades que está condenado a proferir.
Arrumados que estão estes manhosos e incompetentes nesta matéria (e há tantas mais…), será salutar iniciar um debate sério sobre esta imigração, livre de histerismos de doidos, comiserações mal-intencionadas, e palpitações de virtudes que não se possuem. É que há muitas perguntas para as quais o bom senso reclama respostas. Temos capacidade de integração suficiente para tamanha avalanche migratória em tão pouco tempo? Vai a mesma continuar? Qual o nível de estímulo do imigrante, por natureza mais jovem, numa sociedade a caminho de elevadíssimos índices de envelhecimento? Não será essa combinação um impeditivo à integração? Como decorre a distribuição geográfica da imigração? Existem já bolsas onde já nos podemos sentir fora de Portugal? E se sim, como é a vivência nessas bolsas? De acordo com os nossos costumes? Ou com os importados? E como é........
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