Ucrânia: os nomes e a propaganda
Existem muitas formas de ajudar o povo ucraniano contra o qual se desenvolve uma guerra de genocídio. Uma delas é não permitir a falsificação da história, da cultura e da pressão sobre a língua.
Às vezes, tenho uma sincera inveja dos portugueses pela forma como valorizam e preservam a sua língua, compreendendo o significado da língua para a autoidentificação e a preservação da nação. Um dos mais famosos poetas portugueses, Fernando Pessoa, ao destacar a profunda ligação e o sentimento de identidade na língua portuguesa, dizia: “Minha pátria é a língua portuguesa”, mostrando que a língua é uma parte inseparável da cultura e da identidade nacional.
Infelizmente, para nós, ucranianos, isso não é tão simples, embora os especialistas considerem que a educação ucraniana surgiu no século IX já no século XVII, na Ucrânia continental e no Kanato de Crimea, o nível de escolaridade era provavelmente o mais alto da Europa.
Porém, com a invasão mongol-moscovita, a educação ucraniana entrou em declínio, assim como o desenvolvimento da língua ucraniana. Cientistas ucranianos documentaram 134 atos de repressão à língua ucraniana por parte de Moscovo nos últimos quatro séculos. E a primeira dessas ações de perseguição da língua ucraniana veio da Igreja Ortodoxa Russa. Já no distante século XVII, o Metropolita de Kyiv, Józef Kraczewski, compôs um Akafist à Santa Bárbara. O Patriarcado de Moscovo, que gerenciava a vida ortodoxa na Ucrânia........
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