As novas damas de ferro
Parece-me um facto: as figuras mais eficazes, mais combativas e mais populares das direitas europeias são mulheres. Não são figurantes de cartazes eleitorais, muito menos quotas para limpar consciências: são líderes de facto e de pleno direito, ideologicamente definidas, com instinto político, carisma e, sim, resultados eleitorais.
Giorgia Meloni governa Itália e uma coligação teoricamente frágil com mão firme, disciplina partidária e como um farol ideológico agregador. Marion Maréchal e Macarena Olona agitam as águas no campo da direita identitária e soberanista com discursos que não pedem desculpa. E depois há Isabel Díaz Ayuso — a mais perigosa de todas, justamente porque é a mais difícil de desmontar.
Ayuso não é uma “política simpática” nem uma gestora morna. É uma combatente. Transformou Madrid num bastião liberal-conservador e derrotou, em simultâneo, o socialismo central, as esquerdas de todos os folclores, e os barões do seu próprio partido. Governa com uma receita simples: impostos baixos, economia aberta, hostilidade à burocracia estatal, defesa da família, autoridade na segurança, combate cultural sem complexos e um cosmopolitismo racional que deixa a esquerda bem........
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