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O futuro económico da Europa do Sul

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13.10.2025

Enquanto a política francesa não nos brinda com mais uma ameaça económica séria, é preciso perceber que a sorte das economias europeias mudou consideravelmente desde o choque dos confinamentos provocados pelo COVID. Na perspectiva do Norte da Europa e da sabedoria convencional, até então as economias do Sul eram como que doentes em recuperação, depois de vícios que as tinham atirado para um estado comatoso. Depois do desastre grego e português, por ordem decrescente de gravidade, e, em menor escala, depois dos reveses na Irlanda, Espanha e Chipre, o quinquénio que antecedeu os confinamentos foi de recuperação depois da terapia. É verdade que a Grécia teria de esperar mais 3 ou 4 anos por essa recuperação – Portugal, Espanha, Irlanda iniciariam a sua recuperação por volta de 2013, a Grécia apenas em 2017. Mas por esse sofrimento acrescido devemos agradecer ao governo suicida do SYRIZA, ao incendiário Varoufakis que tanto apaixonou a nossa extrema esquerda e muitas almas errantes do PS, e ao infeliz Tsipras com quem António Costa, mal chegou a Primeiro Ministro, foi a correr assinar pactos “anti-austeridade” de que agora já ninguém se lembra e que na altura foram celebrados pelas inteligências do costume como descobertas de um novo continente.

Sucede que, depois do COVID, uma vez estabilizadas as economias europeias do colapso da produção, e do subsequente ressalto quando a actividade normal regressou, a trajectória das economias europeias passou a ter um aspecto diferente. No leste europeu, o crescimento extraordinário de algumas economias – mas não de todas – prosseguiu com destaque para a Polónia que paulatinamente se vai convertendo num dos principais pólos industriais do continente e na sua principal potência militar não-nuclear. Mas a novidade não estava aí. Estava na inversão do desempenho na polarização Europa do Norte/Europa do Sul. Subitamente, todos perceberam que a Alemanha estava a braços com uma estagnação interminável, agravada pela........

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