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Uma não surpresa (e a minha homenagem a Ernâni Lopes)

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18.09.2025

1 Era previsível, não poderia ser de outra maneira.

Não percebi por isso para qual “país” seria “mau sinal” o facto de o líder da oposição entrar na passadeira rolante para Belém. Conforme antecipava há dias um responsável na Convenção do Chega “a realidade diz que não há outra solução”!

Nada que não soubéssemos: o Chega não dispõe de quadros para empreitada. Não indo pescar fora das suas águas territoriais – o que chegou a ser aflorado internamente –, e sabendo-se não haver por ali nenhum understudy do líder (se houvesse já tínhamos dado por isso), nunca esteve para não ser Ventura: muitos “teatrinhos” e ensurdecedores ruídos mediáticos depois, André Ventura subiu para a passadeira rolante.

2 Admito porém – facilmente e sem fastio – que apesar da vozearia costumeira com que o Chega assina tudo o que faz, a decisão não tenha sido leve: lidar com um Chega dividido entre um “ir “ou “não ir”? Ficar “out” roubando ao partido uma representação oficial que ninguém compreenderia num bom momento da sua curta vida? Arriscar uma votação vexatória que carregasse de entulho o caminho para a “estrada de S. Bento”, meta na qual Ventura aposta a sua vida?

Sem surpresa porém, e sem novidade, ficou decidido: Ventura sempre ele.

O que não sei é se alguém normalmente constituído está preparado política e civicamente para o que aí vem, nas diversas etapas daqui até Janeiro: eleições autárquicas já; consequências do seu resultado nos partidos; pré-campanha eleitoral para Belém; campanha para a primeira volta presidencial; e na segunda, uma divisão do país não se sabe com que geometria política.

Não que formalmente as coisas sejam muito diferente – hábitos, normas, rituais, regras – do que vimos e vivemos durante meio século. A primeira diferença – essa sim nova e fortíssima, é a fragmentação........

© Observador