O Banco de Portugal vai para Entrecampos
Outra vez a Operação de Entrecampos. Numa das zonas mais pressionadas de Lisboa, onde as avenidas não conseguem escoar um engarrafamento constante, a qualquer hora do dia, há um quarteirão com cerca de 50 mil metros quadrados (cinco hectares) que parece vazio, apesar das obras já terem começado. Era ali que morava a antiga Feira Popular. Tudo, a toda a volta, existe em excesso: escritórios, habitação, serviços públicos, hotéis, supermercados, hipermercados, estações de Metro, comboio, e várias linhas de autocarro, um dos monumentos mais importantes e respeitáveis da cidade – aos Heróis da Guerra Peninsular -, atravessamentos de nascente para poente, acessos ao enorme Hospital de Santa Maria, e um vespeiro de vida urbana desesperada.
Esse quarteirão forma um rectângulo paralelo à parte final da Avenida da República, desocupado desde 2003. A Câmara Municipal de Lisboa podia ali ter construído um jardim, como recomenda o bom senso e todas as correntes urbanísticas.
Inspirados na ideia megalómana da “Lisboa de Manuel Salgado”, Fernando Medina e os vereadores dele não construíram jardim algum. Nem lhes passou pela cabeça destinar para ali uma dose razoável de edifícios de habitação, exclusivamente habitação, a tal........
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