Com e sem abrigo no Beato
A propósito de uma petição, a Assembleia Municipal de Lisboa discutiu a situação das pessoas sem-abrigo na freguesia do Beato. Eis alguns números: o Centro de Alojamento Temporário de Xabregas (Exército de Salvação) recebe 75 pessoas; o Centro de Alojamento de Emergência Municipal (Vitae), na antiga Manutenção Militar, recebe 128 pessoas; o Centro de Acolhimento do Beato (Vitae), na Rua Gualdim Pais, recebe 270 pessoas; a Unidade Municipal de Prevenção e Autonomia (Associação Crescer), na Quinta do Ourives, recebe 28 pessoas; a Unidade Integrativa para Pessoas em Situação de Sem-abrigo (Comunidade Vida e Paz), recebe 40 pessoas; e o Centro de Alojamento Temporário do Grilo (SCML) recebe cerca de 50 pessoas. Todas estas instituições estão localizadas na freguesia do Beato. Por junto, somam 591 pessoas.
Por outro lado, de acordo com o Censo 2021, do INE, dos cerca de 550 mil habitantes de Lisboa, não chegam a 12.200 os que vivem no Beato. A proporção é estrepitosa. Na pequena freguesia onde moram 2,2% dos habitantes estão localizadas 85% das respostas para pessoas sem-abrigo em toda a cidade. Equivalem a 5% da população do Beato. Em que mundo é que isto é justo?
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