Defesa europeia - empresas, igreja, famílias e política
Num mundo cada vez mais instável, a Europa enfrenta desafios de segurança cada vez mais complexos, encontrando-se hoje numa encruzilhada. A fragmentação dos esforços de defesa entre os diversos países europeus não é apenas ineficiente, é sobretudo, perigosamente inadequada face aos desafios presentes. A necessidade de estruturar e coordenar a defesa europeia tornou-se não apenas uma questão de eficiência, mas de sobrevivência estratégica.
A gestão das empresas, os valores da Igreja, a missão das famílias e até mesmo as consequências da politica interna portuguesa podem e devem ser vistas como experiências para uma politica de defesa que pode aprender e muito, com estes quatro “case-studies”.
A capacidade de responder rapidamente a ameaças e de alocar recursos de forma eficiente é tão crucial para a defesa europeia quanto é para a sobrevivência de uma empresa.
Imaginemos uma grande empresa onde cada departamento actua de forma autónoma, sem qualquer estratégia e coordenação central. Cada divisão adquiriria o seu próprio software, incompatível com o dos restantes, contrataria fornecedores diferentes para serviços idênticos e desenvolveria estratégias até contraditórias.
É precisamente este o panorama da defesa europeia actual.
Enquanto os Estados Unidos mantêm uma estrutura militar unificada, a Europa perpetua um sistema onde cada país desenvolve as suas próprias capacidades, muitas vezes duplicando esforços e criando sistemas incompatíveis entre si. A ausência de um “gestor executivo” da defesa europeia resulta em ineficiências crónicas: 27 sistemas logísticos diferentes, dezenas de tipos de armamento que não podem ser facilmente partilhados e uma........
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