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Patriotismo no século XXI

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12.06.2025

Um povo sem identidade nacional é um povo que, mesmo sem sabendo, já está morto, extinto, aniquilado. Um povo que é indiferente ao seu património histórico está à beira de um abismo escarpado; o povo que quer apagar a sua história por remorsos ideológicos dá o fatal passo em frente. Este passo em frente em direção ao fundo do abismo está a ser ensaiado por não poucas das nações guardiãs do mundo livre. No entanto, nem tudo está ainda perdido, precisamos é de uma urgente mudança de paradigma.

A guerra na Ucrânia entrou pelas nossas televisões adentro, orbita em todos os pensamentos dos nossos políticos e habita rent-free dia e noite na cabeça de tantos – ainda que com a guerra em Israel se tenham desviados algumas atenções, numa mudança abrupta de preocupações tão típica desta época de escasso attention spam. O heroísmo e resiliência do povo ucraniano contra as forças da Federação Russa uniram a Europa da esquerda à direita num grande hino de louvor a virtudes que pareciam ter desaparecido com o constante progresso da história. Coisas já muito pitorescas, narradas em livros poeirentos e de páginas amarelecidas, como o sacrifício – herético na sociedade do prazer – e a possança – associada ao crime da masculinidade tóxica – estão de volta à ordem do dia.

Desculpem a nota pessoal, mas se eu fosse ucraniano estaria neste momento em combate. E, parece-me, seria preciso ter a empatia de uma rocha fria e dura para não me passar mesmo que fugazmente pela cabeça a ideia que a mesma sina me possa calhar. Olho, então, para esse povo longínquo, no outro extremo da Europa, e compreendo que, com efeito, temos posturas muito diferentes em relação ao mundo e à........

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