1.A inteligência artificial, designadamente esses motores de busca que são o ChatGPT e outros similares como o DeepPSeek podem ser-nos úteis? Certamente que sim. Fornecem respostas estereotipadas de acordo com os conhecimentos inseridos nos programas a que obedecem e de que se alimentam ou seja, no algoritmo que lhes preside. Os conhecimentos assim transmitidos são especialmente úteis nos domínios das ciências exactas, matemáticas à cabeça. Dizem-me que os resultados são excepcionais. Fora daí, o assunto é muito mais discutível.

Inseri há dias, por simples curiosidade, uma pergunta sobre uma questão jurídica complexa. A resposta estava bem articulada e era coerente, mas errada. Percebi logo que a IA nos trata como clientes. Fornece as respostas que a grande maioria quer ouvir. É natural; as empresas que a promovem são cotadas na bolsa e querem lucros, pelo que dão ao cliente aquilo que ele deseja.

No entanto, a resposta desafiava-me a colocar questões adicionais. Não valia a pena naquele caso, porque os pontos de partida que balizavam a resposta estavam mal. Seja como for, a máquina pode ser interpelada, as questões que lhe são colocadas podem ser revistas e transformadas de modo a obter respostas mais satisfatórias que vão muito para além da banalidade inicial com que nos brindou.

Daqui se conclui que não é indiferente à resposta a capacidade e o conhecimento de quem colocou a pergunta. Entre a máquina e o seu interlocutor desenvolve-se assim uma espécie de maiêutica recíproca ou dialéctica que vai das perguntas para as respostas e destas de novo para as sucessivas perguntas. É este o aspecto mais interessante da IA. Há........

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