menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Eleições antecipadas? Então e o regime? 

8 0
12.03.2025

Passados 11 meses de Governo da AD, tudo parece indicar que este irá cair na próxima semana com uma moção de confiança chumbada. O País olha para esta eventualidade sem grande entusiasmo.

Há muitas questões sobre o futuro, mas antes disso passarei por quatro pontos que já se conhecem ou se podem começar a adivinhar.

O primeiro é referente ao que já aconteceu até aqui: temos um Primeiro-Ministro (PM) há quase um ano, diretamente ligado à gestão de uma empresa que, por sua vez, presta serviços a outras empresas com contratos com o Estado e das quais recebe avenças. Independentemente da profundidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e/ou do escrutínio que venha a ser feito voluntaria ou involuntariamente, não será provável encontrar-se qualquer ilegalidade, mas sim algo já por todos compreendido – trata-se de uma grande mistura eticamente duvidosa de imprudência, ingenuidade e cinismo.

O segundo ponto tem a ver com algo que acabo de mencionar: uma CPI à qual será difícil escapar. Sábado passado, Pedro Nuno Santos anunciou que iria requerer uma CPI ao PM e, desde aí, esta intenção tem sido reforçada. Para além disso, vai-se percebendo que quer Montenegro seja reeleito, quer continue líder do PSD, ou ainda, quer a moção de confiança seja aprovada (altamente improvável), o atual chefe de governo terá de passar por uma morosa e penosa CPI. Só saindo da vida política, terá uma mais forte probabilidade de conseguir evitar este processo.

Terceiro ponto: daqui a três meses, já não estará na liderança do respetivo partido, ou Pedro Nuno Santos ou Luís Montenegro. Derrotado, qualquer um deles deixará quase inevitavelmente o seu cargo. Se houver já uma mudança de candidato do PSD às eleições e uma derrota do PS, poderá ainda acontecer a ambos.

Por fim: parece evidente que vamos ter uma campanha desinteressante e fútil. Já começou a pré-campanha e é inevitável que o grande foco seja o caso do PM. Vamos passar os próximos dois meses a assistir a um deplorável jogo de arremesso da culpa da instabilidade política entre os dois maiores partidos, e os restantes, naturalmente, não facilitarão. No melhor dos casos, debater-se-á também, com mais algum interesse, a performance até agora do atual Governo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Passando agora às questões,........

© Observador