Chuva de moções e incerteza da monção eleitoral
A profusão de moções num curto espaço de tempo deve ter deixado muitos portugueses algo confusos. De facto, se não é fácil perceber que, logo a seguir ao chumbo da moção de censura do Chega, o PCP tivesse avançado com outra moção de censura, também é difícil compreender que, face à rejeição da segunda moção, o Governo tivesse apresentado uma moção de confiança que já sabia condenada ao fracasso.
Como é obvio, o Chega, o PCP e o Governo tentaram convencer os portugueses da inevitabilidade das respetivas moções. Segundo eles, só o interesse nacional tinha ditado o recurso a estes instrumentos constitucionais. Uma justificação que, aliás, também foi apresentada pelos restantes partidos para explicar o seu sentido de voto. Nada que, a meu ver, tenha contribuído para um cabal esclarecimento dos portugueses que dificilmente ficaram convencidos com o discurso partidário que dava conta da sua ida a contragosto às urnas. O cidadão comum sabe bem que evita fazer aquilo que lhe custa.
Aliás, neste jogo de passa-culpas nem a........
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