Praticamente todos os Portugueses tem grande orgulho da sua Pátria, fundada pelo Rei D. Afonso Henriques em 1143, há 882 anos, e que mantém a mesma fronteira e a mesma identidade. Fomos os primeiros europeus a chegar ao Japão em 1543 e foi um Português, Fernão de Magalhães o primeiro europeu a dirigir a viagem de circum-navegação à volta do Mundo. Comparativamente o Estado Alemão, fundado em 1871, tem 154 anos e o Estado Italiano tem 164 anos e a Espanha unificada tem apenas 533 anos. Mas, apesar de termos excelentes historiadores, o ensino da História de Portugal, especialmente durante o Estado Novo, foi sempre enviesado e manipulado para a glorificação dos heróis e para a ocultação das páginas que nos envergonham, como o tráfego de escravos no Atlântico. Nos dias de hoje, em que as leis sobre direitos humanos estão consagradas apenas há 77 anos, o ano em que nasci, é nossa obrigação fazer a síntese entre os actos heroicos de que nos orgulhamos e os actos de vilania que nos devem envergonhar. Mas a História, qualquer História, está recheada de ambos e a nossa não é excepção.

Partir da leitura guiada dos Lusíadas, a epopeia em verso da nossa História até há 445 anos, quando Portugal acabou ocupado pelo Rei Filipe II de Espanha, é glorificar os feitos heroicos de Portugueses ilustres como Vasco da Gama, embora a sagacidade e coragem de Camões o tenham levado a deixar diversas farpas certeiras aos defeitos dos Portugueses, como eleger a palavra “inveja”,........

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