Entre político e cidadão não se mete a colher
Na semana passada, a Rádio Renascença associou-se à APAV e organizou uma iniciativa solidária chamada “Três por todos”. Durante três dias, em emissão contínua, passaram mais de 300 convidados pelo estúdio da RR – simbolicamente instalado numa casa, por ser o sítio onde ocorre a maioria dos crimes de violência doméstica. Com a sua presença, ajudaram a chamar a atenção para esta chaga que muito envergonha a sociedade portuguesa.
Tive o privilégio de ser um dos participantes, juntamente com os meus amigos Miguel Góis e Ricardo Araújo Pereira. E é por isso que, embora enalteça a campanha e o seu objectivo, sou forçado a apontar uma falha que, de tão grave, pode ter deitado tudo a perder. É inaceitável que, em tantas horas de emissão, com tantos convidados, alguns deles tão desinteressantes como os acima citados, não tenham arranjado espaço para receber alguém de uma organização que, neste momento, representa todas as vítimas de violência doméstica em Portugal. Um símbolo cuja história de abuso continuado serve........
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