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E o Supremo Tribunal britânico criou a mulher…

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30.04.2025

De vez em quando, a tendência portuguesa de auto-crítica exagerada, o godinhiano só neste país é que dizemos só nesse pais, é confrontada com exemplos de bandalheira estrangeira que colocam em perspectiva a nossa própria incompetência. Aconteceu recentemente um desses episódios que ajudam a relativizar as nossas falhas, cotejando-as favoravelmente com defeitos de outros países: o Supremo Tribunal do Reino Unido pronunciou-se sobre a interpretação dos termos “mulher” e “sexo” no âmbito do Equality Act, a lei contra a discriminação. Segundo os juízes, os termos referem-se exclusivamente ao sexo biológico. Ou seja, se um espaço é considerado apenas para uso de mulheres (uma prisão, por exemplo), só mulheres é que o poderão usar. Homens que dizem que são mulheres são excluídos, mesmo que tenham um certificado que reconheça que são “homens que dizem que são mulheres” oficiais, mesmo que tenham sido submetidos a tratamentos que lhes conferem traços femininos, mesmo que esses tratamentos sejam tão perfeitos que os façam passar por mulheres. As intervenções hormonais ou cirúrgicas não transformam um homem numa mulher, da mesma maneira que acender a luz de presença no quarto do meu filho não afasta o papão. Alivia-lhe a angústia, é certo. O rapaz convence-se que........

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