Adivinha quem vem para, quem sabe, talvez jantar?
Na semana passada, desde o trágico acidente ocorrido em Lisboa, fiz questão de seguir todas as incidências do julgamento de José Sócrates. Até então, estava a acompanhar ao longe, à espera de ver a versão condensada no documentário que a Netflix já deve ter em pré-produção. José Sócrates merece o seu lugar no panteão do true crime, ao lado de Bernie Madoff e dos irmãos Menendez.
Só que, a partir da fatídica 4ª feira, passo horas a ver a cobertura do julgamento nos canais de notícias, na esperança de assistir a este diálogo entre um jornalista e o acinte socrático:
– Eng.º Sócrates, o que tem a dizer sobre a tragédia do Elevador da Glória?
– Tragédia do elevador? A parcialidade dessa questão mostra bem ao serviço de quem o sr. jornalista está. A minha ascensão ao cume da glória pode ter sido prejudicada por este julgamento fantoche, mas em breve retomará o seu trajecto vitorioso. Vão ver!
Infelizmente, até agora não houve esta troca de impressões e tive de me contentar com outras não tão divertidas, embora igualmente grosseiras.
José Sócrates queixa-se repetidamente de ser alvo da perseguição da comunicação social. Por trás da paranóia, às vezes Sócrates tem alguma razão nas reclamações que faz. Há dias, a imprensa foi rápida a notar que © Observador
