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A solução de zero Estados

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É impossível olhar para as imagens da destruição em Gaza a passar em loop nas televisões e não ficar boquiaberto a pensar: “Como é que Israel é capaz?” Mais precisamente: “Como é que Israel é capaz deste autocontrole?” Como, depois do que lhes aconteceu ao longo da história, depois do quase desaparecimento no Holocausto, face a um ataque brutal dentro das fronteiras que julgavam seguras, os israelitas ainda assim não eliminam a ameaça existencial de forma imediata e definitiva, optando por uma guerra precisa e desgastante em vez de uma resposta instantânea total?

Recapitulemos. Em meados de Maio de 1948, três anos após a guerra em que o seu extermínio era um dos projectos mais acarinhados pelo principal beligerante, os judeus estão à beira de finalmente terem um Estado próprio, um país em que se consigam proteger, em que deixem de depender da boa vontade de terceiros para evitarem a extinção. Recorde-se que, antes da 2.ª Guerra, havia 17 milhões de judeus no mundo, dos quais mais de 1/3 foram mortos: dos objectivos capitais dos nazis, este foi dos que mais próximo esteve de ser alcançado.

Às 16h de 14 de Maio, a poucas horas de expirar o Mandato Britânico da Palestina, Ben-Gurion proclama a independência do Estado de Israel. Os festejos são intensos, porém curtos: à meia-noite de dia 15, escassas oito horas após a sua fundação, Israel é atacada por todos os países árabes do Médio Oriente, que desejam a sua aniquilação. Desde esse dia, Israel vive cercado por vizinhos que têm como propósito declarado destruí-la. É uma espécie de reunião de........

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