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As vizinhas da Amália e do TikTok 

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11.03.2025

Não, não venho aqui falar de fado ou (verdadeiramente) do Portugal do século 20. A Amália do título é aquilo que a Susana Peralta apelidou de Chat GPTuga. Talvez numa outra ocasião possa dedicar um texto ao que pode significar um LLM a ser desenvolvido e utilizado pela Administração Pública, quer no que se refere aos dados que recolhe e trata, quer no que se refere à informação necessária para o seu treino, mas não hoje. Hoje, e à boleia do tema da moda, a Inteligência artificial, venho falar sobre as vizinhas (ou vizinhos) lá da rua, que no Portugal do século 20 – eu disse “verdadeiramente” – eram o expoente máximo da coleta, armazenamento, muitas vezes adulteração, e partilha de informação, amiúde à mesa do café mais próximo (que, provavelmente, ficava por baixo da casa dos donos).

Em 2025, as vizinhas não estão à janela, estão no smartphone. E toda a informação que elas pudessem coletar, armazenar e partilhar está já na sua maioria exposta nas mais diversas redes sociais. A nostalgia!

Quer isto dizer que o papel que no Portugal do século 20 cabia a pessoas que nos eram próximas, pelo menos fisicamente, e que tinham tipicamente pouco que fazer, está agora reservado a plataformas digitais, algumas conectadas entre si e que nos conectam a todos, através dessa maravilha (hoje) sem fios chamada internet. A essas plataformas digitais, vamos cedendo, de forma mais ou menos consciente, toda........

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